sábado, 27 de fevereiro de 2016

Teorias Classicas da Sociologia no contexto social brasileiro


Teorias clássicas da sociologia no contexto social brasileiro.

 

As teorias da sociologia escritas pelos principais nomes que fundaram esta ciência clássica no século XIX, representam as principais ferramentas para entendermos o modo de integração social dos seres humanos dentro da sociedade brasileira, cujo a importância dos fundadores das ciências sociais para construção deste campo de estudo cientifico explica a necessidade de conhecer a dinâmica dessas teorias onde os principais pensadores e fundadores da sociologia clássica foram: Karl Max, David Durkheim e Max Weber.

A proposta deste texto é tratar separadamente cada um dos pensadores citados, e apresentar o papel de suas ideias dentro da sociedade brasileira.

Marx:

Karl Marx (1818-1833) é provavelmente o cientista social mais conhecido de todos e ao mesmo tempo o menos conhecido. A explicação é simples: é difícil ou quase impossível hoje encontrar pessoas que nunca tenham ouvido falar em Marx, mas ao mesmo tempo não é fácil encontrar pessoas que conheçam suas ideias.

O marxismo é um conjunto de ideias filosóficas, sociais, econômicas e políticas elaboradas primeiramente por Marx e Friedrich Engels, a teoria é uma interpretação da vida social e a dinâmica das lutas de classe e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo.

As ideias de Karl Marx na sociedade brasileira têm como marco histórico e sociológico, o processo de formação social brasileira ocorrida entre as décadas se 1990 e 2000.

O pensamento de Marx mudou radicalmente a história política da sociedade inspiradas nas ideias sobre o desejo de promover a coletividade das riquezas e distribuir a justiça social.

No Brasil, além dos diversos encontros comemorativos dos 150 anos do Manifesto Comunista, tivemos, em 2001, grandes eventos, em diversas cidades do país, em comemoração aos 130 anos da Comuna de Paris de 1871. Esses encontros já exibiam uma das características da atual fase de interesse pela obra de Marx no Brasil: de um lado, a aproximação entre ativistas políticos e intelectuais no trabalho de recuperação do marxismo, porém, de outro lado, a clara predominância do grupo intelectual e a dependência desse trabalho de recuperação frente às instituições culturais do Estado capitalista, principalmente as universidades. Essa característica de origem estará presente na formação de inúmeros centros de pesquisa marxista que foram organizados em diversas universidades do país, nas revistas e nas demais publicações que surgiram a partir da década de 1990, nos diversos encontros científicos e culturais regulares que contam com a participação majoritária de marxistas e na intervenção institucional e organizada dos sociólogos, cientistas políticos, filósofos, economistas e historiadores marxistas nas principais associações científicas brasileiras.

David Durkheim:

David Émilie Durkheim (1858-1917) sociólogo francês, pregava as ideias partindo do princípio social. Ou seja, o que não advém do social não serve para sociologia que tinha o interesse de praticar. O social é a ideia central, pois é nele que está contido todo o conhecimento de uma sociedade, a linha das descobertas de nossos antepassados, e as páginas do conhecimento em branco que serão descobertas e preenchidas pelas futuras gerações. Para Durkheim o social determina o indivíduo, cada ser humano tem consigo uma marca deste social e é através destas marcas que suas ações são determinadas.

Émilie Durkheim para sociedade de sociólogos e estudiosos do Brasil possuem uma grande dívida com as ideias deste pensador, pois apesar do seu tempo de existência, a sociologia brasileira reconhece que foram poucos os trabalhos acadêmicos que tratam sobre os pensamentos ideológicos de Durkheim. Em contrapartida, não podemos dizer o mesmo sobre as ideias de Karl Marx e Max Weber, que no contexto dos dois, diversos estudos e livros foram publicados sobre seus pensamentos sociais, econômico e políticos.

Max Weber:

Max Weber (1864-1820) vem de um período em que as propostas de Freud causavam um grande impacto nas ciências sociais e os valores do chamado individualismo moderno estava cada vez mais consolidado. A ideia que Weber apresenta para sociologia foi a proposta de desenvolver o individualismo metodológico. Segundo o pensador, o indivíduo escolhe ser o que é, porém, a escolha é determinada pelo seu grau de conhecimento e pelas oportunidades que a sociedade oferece.

A ideias de sociedade para Weber é vista como um conjunto de modelos autônomos que dão sentidos as ações individuais. Somente o indivíduo é capaz de realizar ações sociais, entende-se por ação social uma atividade cujo sentido é orientado por outra atividade. Segundo Weber há quatro tipos de ação social: ação social tradicional, efetiva, racional quanto aos valores e racional quanto aos fins. Os tipos de ações citados, não serão tratados neste texto.

Weber talvez seja o mais atual dos autores clássicos da sociologia com importantes contribuições para a teoria antropológica, devido ao seu individualismo metodológico, para a sociologia das profissões, para a análise das relações de dominação e dos processos de racionalização das sociedades. Mas sem dúvida a grande contribuição de Weber foi a necessidade de pesquisas empíricas para afirmar alguma coisa científica. Isso porque sua teoria não aceita determinismos.

Para sociedade brasileira as ideias de weberianas, são uma das mais citadas nas teses acadêmicas de ciências sociais e também servem de inspiração para a criação de um conceito social cada vez mais influente nos dias atuais. O motivo de tamanha influencia está relacionado a particularidade denominada de racionalismo. Para Max Weber, racionalismo é a forma cultural de como uma determinada sociedade constitui maneiras de agir e pensar.

No Brasil o pensamento social weberiano é conhecido através da leitura liberal apologética. É de Weber que se retira a noção de patrimonialismo com o objetivo de identificar ações realizadas por um estado e a influência deste ato sobre a sociedade. Entretanto, para sociedade brasileira o conceito perde qualquer contextualização histórica, fundamental no seu uso por Max Weber, e passa a designar uma espécie de “mal de origem” da atuação do Estado enquanto tal, em qualquer período histórico.

Apresentar uma análise contextual das teorias clássicas da sociologia sobre a sociedade brasileira é uma forma de entender a influência deixada por cada um destes pensadores sociólogos citados. Conhecer suas ideias e propostas ajudam a determinar o modo de integração social do nosso país na atualidade e o que nos espera no amanhã.